26 de dezembro de 2010

Reveillon ou Retorno Solar?

Aproxima-se o dia 31 de Dezembro e sente-se no ar a preparação para a grande Festa. Ouve-se quase toda a gente dizer "vou festejar, claro!". E vai mesmo festejar, com champanhe e uvas passas, 12 mais precisamente, uma para cada badalada do relógio e, muito mais importante, uma para cada resolução para o novo ano. Há quem vá mais longe, e escreva mesmo uma lista detalhada de tudo o que se propõe fazer no ano que vai começar. 

É assim em cada "reveillon", fazem-se preparativos: estreiam-se roupas caras, escolhe-se um local na moda, uma ementa sofisticada e praticam-se variadíssimas tradições ao soar da meia-noite, desde fazer muito barulho até saltar de cadeiras com dinheiro na mão.

Seria interessante poder contabilizar no dia 31 de Dezembro do ano seguinte, quantos concretizaram os desejos formulados ou, pelo menos, um dos itens da tal lista de intenções.

Mas porque falha a concretização dos desejos? Serão todos pessoas com pouca determinação?

O dia 1 de Janeiro marca o início do ano civil, mas não o início do novo ano na vida de cada pessoa, a não ser que essa pessoa tenha nascido nos primeiros dias de Janeiro.

O aniversário, ou seja, a data em que o Sol retorna exactamente ao mesmo signo e aos mesmos graus em que se encontrava no dia em que nascemos, traduz duma forma bem exacta qual a influência que os astros trazem à nossa vida, no novo ano que nesse dia, verdadeiramente inicia para cada um. Cada astro imprime as suas características de um dos elementos energéticos naturais: Água (emoções), Terra (estrutura), Ar (ideias) e Fogo (acção). Cada Casa do tema astrológico calculado para esse dia, indica uma área de vida. No aniversário do nascimento acontece, assim, o Retorno Solar e, aí sim, é o momento de escrever resoluções de Ano Novo, pois é possível saber, com precisão, quais as áreas da nossa vida que vão estar em evidência nesse ano. Aproveitando os bons ventos astrológicos, as intenções formuladas terão com certeza o rumo certo para esse ano, e a ajuda da energia que as influenciam.

O dia 31 de Dezembro no Hemisfério Norte acontece no Inverno, basta observar o mundo que nos rodeia para perceber que, nesta altura do ano, a Natureza se desacelera. Animais hibernam, a terra e os rios gelam e as pessoas passam mais tempo dentro de casa para evitar o frio. É tempo de fazer o balanço nas empresas e no comércio. 

Se aplicarmos à nossa vida esta energia invernal, aceitamos um convite para a introspecção, para nos virarmos para o interior de nós mesmos e fazermos o nosso balanço. Se há alguma lista a ser feita no dia 31 de Dezembro, creio que seria a de todas as coisas que já não nos servem mais, que nos devemos propor libertar na enxurrada do degelo que na Primavera se iniciará.

Luz, Paz e Harmonia

16 de dezembro de 2010

SABEDORIA VEDA

ESSÊNCIA DE SRI BHAGAVAD GITA


"Porque se preocupa desnecessariamente?
Quem é que você teme?
Quem é que você pode matar?
A alma não nasce nem morre. 
O que aconteceu foi para o melhor.
O que está a acontecer é para o melhor.
O que irá acontecer é para o melhor.
Não se ponha a matutar no passado.
Não se preocupe com o futuro.
O presente está aqui. 
O que é que perdeu que o faz chorar?
O que é que trouxe que tenha perdido?
O que construiu que tenha sido destruido? 
Você não trouxe nada. O que tem, arranjou aqui. 
O que lhe foi dado, foi dado aqui.
O que tirou, tirou do Universo.
Você veio de mãos vazias e irá de mãos vazias.
O que é seu hoje, foi de alguém no passado e será de mais alguém no futuro.
Você pensa que é seu e está agarrado a isso.
Isso chama-se Apego e é a causa de todo o seu sofrimento.

A Mudança é a lei da vida. 
Aquilo a que você chama de morte é de facto a Vida em si. 

Num momento você é milionário e a seguir é pobre.
Meu-teu; Pequeno-grande; Nosso-dele.
Retire isso da sua mente e tudo será seu e você será de todos." 


4 de dezembro de 2010

Escrever

Estava sentado à mesa do café sozinho, ia tomando notas no meu fiel companheiro, o bloco de apontamentos, de algumas ideias que me iam chegando. Quem sabe alguma poderia servir para o próximo post… ou não. De qualquer das formas, como tenho fraca memória, gosto de ir apontando episódios que me rasguem a mente porque se vieram algo devem ter de importante para mim:
De repente uma ideia luminosa, um tema bastante interessante ou se calhar um simples sobressalto do meu próprio Ego, atraiu toda a minha atenção, fazendo-me esquecer de todo onde estava.
Foi aí que chegaste, primeiro a medo, depois cada vez mais interessado por aquilo que eu escrevia. Apercebi-me da tua presença e sorri-te, levantei a cabeça e olhei à volta, procurava a pessoa responsável por ti, esperançado que te chamassem de volta, é falta de educação ver o que os outros estão a fazer. Vi os teus adultos mas sorriram e deixaram-te ficar.
Fiquei bastante chateado, estava a perder o fio ao meu raciocínio, à minha ideia luminosa.
“O que estás a fazer”, perguntaste curioso.
Pensei: vou responder rápido, que ele vai logo embora e regresso ao que estava a fazer.
“Estou a escrever umas coisas para não me esquecer”
Fixaste-me nos olhos ainda mais espantado
“ Porquê?
 - Porquê o quê?”, respondi meio torto.
 Abriste os olhos ainda maiores
”porque é que escreves para não te esqueceres? Quando é importante eu não me esqueço..”
Um zero para ti, tens toda a razão afinal se é importante porque o iria esquecer ou mesmo perder a linha de raciocínio?
“E fala do quê o que escreves? “
Achei um abuso, levantei novamente a cabeça, mas os teus adultos nem ligavam…Não queria ser rude e mandar-te dar uma volta mas também não via bem a lógica de falar contigo do que quer que fosse.
“ São coisas de adultos, pensamentos estás a ver?”
 -“Não” respondeste simplesmente:
” isso é o quê? Coisas feias?
-  Não! - Respondi sorrindo - não, que ideia… são coisas que falam de sentimentos, coisas de que os adultos gostam de falar.”
 Deixaste passar alguns segundos, parecia que pensavas na minha resposta, mas era a tua resposta que preparavas:
“Então escreves para não te esqueceres o que é os sentimentos?” Bem não havia volta a dar tinha de explicar, não ias mesmo embora por isso, se explicasse o que estava a escrever talvez não percebesses e ao cansares-te do que dizia, te fosses embora.
“Sabes às vezes os adultos gostam de escrever sobre esses assuntos de sentimentos e coisas assim.
 -Mas tu dissestes que era para não te esqueceres. E continuaste mas sentimentos não é aquilo de eu gostar de alguém?
- Ora é isso mesmo, sentimentos também é isso.
- Então para te lembrares tens de escrever?  Eu como gosto do meu avô vou lá e dou-lhe um beijo e digo lhe que gosto dele. Sabes. não me esqueço... tu precisas de escrever para não te esqueceres?”
O sorriso que acompanhava estas palavras deixou me tão pequeno face a tanta grandeza, que não me consegui impedir de te acariciar a face.
Sorriste mais uma vez e, como vieras foste, em direcção aos teus adultos. Deste um abraço ao senhor e, de lado, olhaste para mim como para apoiares as tuas palavras.
Percebi que de facto passamos tanto tempo a tentar explicar o que são sentimentos e tão pouco a vivê-los. Passamos tanto tempo a perceber porquê e tão pouco a aplicar como….
Um Abraço Luminoso para todos 

2 de dezembro de 2010

Manequim

Entrei de rompante numa oficina, não sabia ao certo o que ali estava a fazer ou mesmo porquê, mas ali estava..
Olhei à volta para me posicionar, para me enquadrar e perceber.. Vi montes de peças, pareciam partes de corpos humanos... "Devo estar numa fábrica de manequins" conclui. À minha frente via pessoas atarefadas a juntar braços com troncos e pernas e mãos e pés, enfim todo o conjunto. De um sinal de mão, Pediste- me para me aproximar e Convidastes-me a escolher.
No cimo da porta estava escrito " Montagem perfeita". Pensei ter percebido e fui juntando as peças. Um tronco perfeito, uns braços deslumbrantes, umas pernas de sonho, umas mãos de fada. De seguida, passamos à parte da face. Escolhi os olhos e a cor, o cabelo e a boca  enfim tudo. Olhei, admirei; estavas perfeito. Admirei a minha obra de arte... Acabara de construir a perfeição física! A perfeição do meu ser de sonho... A montagem continuou a andar e vi que entrava numa nova sala onde se instalaria a parte mental. " Que fixe" pensei eu," é desta que faço a companhia perfeita."
E lá fui eu juntando uma vontade de ferro, um entendimento perfeito, uma compreensão sem mácula, uma alegria contagiante, estava tudo lá ...Já me imaginava a pensar e tu a responderes perfeitamente nos parâmetros que eu desejava. Saberes antes mesmo de mim o que me faria feliz...Estava exultante de ver a minha montagem em acção...No entanto chegamos a uma secção que dizia Outras qualidades". Aí interroguei-me para quê? isso não serve de nada, já tens tudo o que eu quero, parecem mais defeitos do que qualidades...
Deixei que passasses essa área em branco, nada acrescentei estavas perfeito, não te iria sobrecarregar com algo que, aos meus olhos, não te faria falta...
No fim da linha de montagem estava uma varinha mágica que tocava nos manequins e lhes dava vida...
Pedistes me para me aproximar e quando deste vida à minha criação, ligaste-nos pelas mãos.
Senti me felicíssimo, estava com o que sempre quis; um ser fisicamente perfeito, que me ia entender e percebia antes mesmo de eu pensar, que saberia como resolver e ajudar-me a resolver os meus pensamentos, as minhas dúvidas, que saberia estar presente quando precisasse e saberia passar despercebido quando não fosse preciso... Foi nesse instante que um calafrio desfigurou a minha mente, o que acabara  de construir não era mais que um protótipo de mim, retirando-lhe somente alguns defeitos. Não construíra a pessoa perfeita mas sim aquilo que seria o robô dos meus desejos, algo que nunca me poderia completar mas sim que me iria segundar...
Sorristes, sentado na tua poltrona e abanastes a cabeça " pois é, não é a perfeição que procuramos nos outros, mas a complementariedade. Os defeitos são formatos para crescermos e aprendermos. É com eles que devemos coabitar. São esses defeitos que nos farão crescer e evoluir, serão eles que nos farão ultrapassar os patamares e as dificuldades da vida. Par nos apoiar, estamos cá nós. Os outros, todos os outros servem para nos auxiliar e para isso temos de aceitar os seus defeitos, mesmo que isso nos possa magoar..."
Sem me aperceber estava frente a uma última porta que dizia " Recalibragem" e desta vez não fostes tu que entrastes mas sim eu....
Um Abraço Luminoso para Todos

30 de novembro de 2010

O Castelo

Sentia-me triste e enfurecido, sentia-me magoado, decidi construir um castelo num local onde ninguem me pudesse atingir, ninguem me pudesse destabilizar.
Escolhi o local, tirei as medidas e lá comecei as obras. Rapidamente, visto estar perfeitamente ciente do que pretendia, fui fazendo os alicerces, as paredes o telhado... O trabalho acabado, sentei-me a admirar a minha obra prima, que fixe, estou protegido de tudo e de todos...Passados alguns dias sentia a falta de algo, não sabia bem o quê, mas faltava me algo... pensei, pensei , pensei e percebi.... não tinha nem janelas, nem portas.
Mas pensei; afinal se quero estar bem protegido isso seriam aberturas  através das quais posso ser invadido, posso ser apanhado de surpresa... lá cheguei a um acordo e decidi construir janelas bem no cimo das paredes por onde pudesse entrar a luz e o ar mas de impossivel acesso para intrusos... Recostei-me no sofá, todo feliz do trabalho e aproveitei o meu sossego, o meu conforto...
Passado alguns dias começou a chover, sentia a chuva a cair no telhado mas não a conseugia ver...deixei a minha imaginação trabalhar mas rapidamente deixei de conseguir imaginar e passei mais a divagar. Furioso, concentrei toda a minha energia em pensar na chuva que caía e como e onde e porquê, mas nada, não conseguia controlar a minha mente. Como se as lembranças dos caminhos da chuva se tivessem evaporado dela...lá pensei, pensei, pensei e resolvi instalar a Internet, assim não somente estaria perto das informações, como dos poucos amigos em quem confiava, mas que se calhar seria melhor estarem longe de mim, não fosse o diabo tecê-la e eles me magoarem. Mas acima de tudo teria acesso a todas a coisas naturais, como a chuva, o sol...
E lá fui pondo a conversa em dia com uns e com outros, fui pesquisando diferentes páginas na internet e vivendo por entre estas minhas paredes de segurança, longe dos que me podiam magoar e aproveitando ao máximo toda a informação que circulava na rede...E assim fui vivendo durante alguns tempos, perto de tudo e de todos, mas bem longe, para não haver interfências na minha vida sossegada... Mas um dia acordei com a sensação que a luz entrava pela janela bem la no cimo do meu quarto. Olhei vi de facto a claridade, mas não conseguia ver o sol, não conseguia sentir o calor, não conseguia sentir o seu efeito... fui à Internet e li tudo acerca disso e tentei imaginar...Nada, não resultava, de novo a minha mente divagava e não conseguia encontrar referências para fazer sentir ao meu corpo os meus desejos...Irritado decidi pôr esse assunto de lado.. paciência não consigo, não consigo.
 Fui para a internet e lá li que os meus amigos estavam a preparar um passeio, visto estar um dia de sol lindo, iam fazer um piquenique e pôr a conversa em dia, trocar abraços e beijos de amor e confraternização...Fiquei a pensar como tal coisa seria fixe, decidi meditar e imaginar como seria... nada, já não tinha registos na minha mente que me pudessem auxiliar a recordar, via as imagens mas não sentia os cheiros ou o calor dos abraços, não sentia o seu efeito no corpo... Deixara de sentir....
Irritado, decidi abrir uma porta, seria uma porta pequena que me permitissse sair quando quisesse mas que não seria facil de visualizar pelos outros e assim continuaria a proteger-me da entrada, da invasão por intrusos...
Comecei a partir devagarinho mas não consegui, as paredes eram sólidas e as pancadas não surtiam os efeitos desejados. Bati com mais força e lá comecei a sentir a resistência da parede a ceder, bati com mais força e a parede caiu por completo...fiquei irritadissimo, tinha estragado o meu castelo, a minha protecção. Mas o sol começou a aquecer mais e senti no corpo todo o seu beneficio, todo o seu amor por mim, vibrei, todos os meus sentidos estavam ao rubro, todo os meus sentidos estavam acarinhados.
Dentro do meu castelo apareceram insectos e outros animais, apareceu pó e desarrumação: apareceu vida.
E comecou a chuva e o vento, fiquei todo encharcado mas feliz, as lágrimas escorriam-me pela face misturando-se com a chuva... No meio de tantas desventuras senti de novo  vida dentro de mim com as qualidades e os defeitos..  
Foi aí que percebi, não interessa o quanto me isole para viver a minha vida, preciso de sentir a vida do mundo para que minha tenha pontos de referência. Não interessa o quanto me afasto por receio de ser magoado, preciso de aprender a viver as minhas mágoas para sentir o que é ser amado. Não interessa o quanto me afasto dos outros para não ouvir o que não quero, preciso de aprender a estar comigo no meio de todos para perceber como actuar para não ouvir o que não quero...
O que hoje são defeitos amanhã poderão ser qualidades, que hoje é tristeza amanhã poderá ser sinal de alegria.. Nada é o que é para sempre, porque o significado das coisas está no presente e não no futuro...

26 de novembro de 2010

A MENSAGEM

Sabia que ainda não tinha findado a mensagem, fostes embora mas eu ainda aqui ficara, algo faltava...
Olhei à volta e agora estava sentado num pequeno morro que dava sob o mar, via as ondas a findarem o seu trajecto na areia e, lentamente regressarem ao seu ambiente. O movimento suave relaxava-me agora que a tempestade passara e que o calor, habitual neste aprazível local, voltara.
Deixei me dormir dentro do meu sonho, deitado de costas, enquanto olhava para as nuvens, para o sol..
Senti um toque suave no ombro; acordei. Demorei alguns instantes até perceber se tinha acordado na minha cama, mas não, ainda estava na praia. Olhei para Ti, estavas diferente, agora mais velho, mas ainda com esse sorriso apaziguador e reconfortante, começastes:
" Trabalhador de Luz, com tantas dúvidas.. sabes que o vosso trabalho na terra é o mesmo que o nosso, somente em locais diferentes. Nós trabalhamos para a energia total e gerimos as energias no seu todo. Ao enviar-vos para a terra, cada um com missões específicas, vamos trabalhando com os resultados que nos fazem chegar. Vão com mensagens, com temas, com finalidades específicas é certo, mas, visto terem sido induzidos num corpo físico, têm a capacidade de poderem escolher como e quando transmitir a mensagem, como cumprir o vosso propósito.
O conteúdo é o mesmo, no entanto a forma é individual. Cabe a cada um de vós fazer chegar essa mensagem e a forma como a vão fazer chegar. É certo que seria mais fácil se fosse sempre da mesma maneira , no mesmo modelo, mas isso não é possível, pois os visados são seres pensantes, com todas as características que isso implica, fazendo com que haja a necessidade da utilização de diversos meios para atingir o mesmo fim.
Por isso a tal liberdade que vos é dada e que deve ser utilizada nesse contexto. devem dar livre arbítrio à vossa capacidade de decisão e de actuação. Não nos peças a nós para fazer as escolhas, para fazer a tua parte do trabalho. Mesmo que o quiséssemos, queremos acima de tudo que seja feito, não o poderíamos, estaríamos a deturpar o vosso caminho, estaríamos a induzirmos na vossa missão...."
perdi me novamente nos pensamentos enquanto lidava com o poder das palavras. Seria tudo tão simples e certeiro se assim fosse...
" A evolução passa por actuarem no como e não no porquê ou no para quê, sóis seres de luz, tão valiosos quanto todos nós que aqui estamos. o Vosso propósito é individual é certo, mas tão importante para o todo, não se deixem ir por caminhos tortuosos, frutos da vossa mente e a sucumbir, que seja pela força do Amor Incondicional e jamais pela força do desânimo... "
Acordei de novo na minha cama com o sorriso nos lábios, entendi o peso da mensagem, mas saberei eu transmiti-la? 
Um Abraço Luminoso Para Todos

25 de novembro de 2010

Tomar consciência , tornar consciente

Há dias e dias.. que expressão tão profunda, sendo tão vaga..
Há dias em que pensamos ser o centro do mundo, sermos capazes de dar a volta a tudo, de  estar com tudo e com todos. Outros em que não sentimos nem vemos nada, como se o nevoeiro tivesse invadido cada milímetro do nosso corpo, da nossa mente... há dias e dias. mas todos eles fazem parte de nós, fazem parte da nossa missão, do nosso caminho.
Estava deitado há várias horas e o sono, tão habitual, tão certinho, não chegava, estava irritado, estava fora de mim... procurava, em vão, explicações, justificações, culpava tudo, todos, mas acima de tudo Eles.
Quando tomei consciência, a praia estava de pantanas, o sol escondido por detrás de grandes nuvens pretas, uma tempestade terrível assustadora destronava tudo na praia. A areia levantada pelo vento intenso que se fazia sentir, tornava este local outrora tão aprazível, bastante incomodo.
Deixei-me estar quietinho, com os olhos semi cerrados a observar, senti-me minúsculo perante tal manifestação do elementos da natureza. Senti-me impotente, por momentos senti-me amedrontado.
" Qual a diferença entre o homem e os restantes animais?"
Olhei para ti, não aparentavas aquela paz, aquela serenidade, pensei no meu mais intimo; vai sair puxão de orelhas.. nada disse...
"Ao homem foi dado um cérebro e uma consciência, foi lhe dado a capacidade de pensar, de ser lúcido, por serem as ferramentas necessárias para a evolução energética..
Quando iniciamos o caminho vimos com missões, com responsabilidades e isso faz toda a diferença, toda a fundamentação.
Todos os dias devemos pôr em dúvida o que fazemos e como o fazemos, é sinal que o estamos a fazê-lo com intenção, com vontade, com atenção... O duvidar é próprio da consciência,as alterações são próprias do nosso complemento energético... são formas de evolução...
Olha a tua volta e vê a natureza, haveria necessidade de ela ser tão destruidora, tão assustadora?"
No meu intimo pensei que sim, mas nada disse...
"Repararias nela se assim não fosse? repararia nos estragos que nela fazes se assim não fosse?
No ser humano é igual, se não houvesse esses safanões não te enxergarias, não pararias para questionar, não pararias para redireccionares o teu caminho..."
Estavas mais sereno, o teu olhar, já vagueava pela paisagem, agora que os elementos se tinham estabilizado e sol recuperava o seu lugar de destaque no céu azul...
" Não deixes de duvidar e de pôr em causa, mas fá-lo por ti e em ti nunca culpando outros. És tu a fonte principal de tudo o que te acontece e é em ti que tudo se renova e se altera. Serve-te da tua capacidade para obter, sem nunca perderes a capacidade de aceitar que possas não ter...
Confiamos no Homem por ser o que é; um revoltado, um sonhador. um criador. Nada se perde tudo se transforma, assim viverás a vida, com rosas e com espinhos, com o sol e com nuvens, mas cada uma das fases terá a sua lógica positiva e menos positiva, cada coisa é um todo com o bom e o mau e só assim perceptível...."
Deixei te ir, sabia que não iria parar por aqui, que a mensagem estava incompleta..Deixei-me ficar, olhando bem atentamente cada pormenor para não esquecer, quem sabe se para a próxima tudo não estaria diferente e se não gravasse na memória todos estes pormenores não perderia algo de crucial...
O sol fez o seu percurso por entre as pequenas nuvens que ainda pintavam o horizonte e colocou-se no seu devido lugar, bem no centro do universo, bem no centro do meu universo...

23 de novembro de 2010

Workshop RESPIRAR

Na senda das novas actividades a serem levadas a cabo no Espaço Surya, vai realizar-se um Workshop no próximo dia 27 de Novembro de 2010 com inicio às  16H00, baseado no tema APRENDER A RESPIRAR...
Quando falamos em respirar, na nossa mente algo se acende, é tão natural respirar que nem pensamos nisso, fazemo-lo simplesmente. Qual a dúvida?
Então quando nos dizem que devemos aprender a respirar, ainda mais perplexos ficamos. Porquê? Não o fazemos já tão bem? A prova disso é estarmos vivos…
A respiração é crucial em cada fase da nossa vida e ao tomarmos consciência da forma como respiramos, é o primeiro passo para percebermos muitos dos tropeços da nossa vida, tanto a nível físico, como a nível emocional...
Por isso, sendo um tema tão vasto, iremos abordá-lo sob três perspectivas:
           - Porquê aprender a respirar?  Identificando assim todos os benefícios que daí resultam.
           - Como devemos respirar? Conhecendo as várias técnicas aprimoramos a nossa e porque não as nossas.
           - Para quê aprender a respirar? descobrindo assim todo um leque, até então, quem sabe, desconhecido, de vantagens nesta aprendizagem 
Mas acima de tudo no final do Workshop será facil perceber que: Respirar é natural, é inato, mas aprender a respirar, é tornar consciente esse gesto, é transforma-lo numa bênção.

e interiorizar que:
 Se respirar permite viver, aprender a respirar permite acrescentar qualidade a esse viver.


Data: Sábado 27 Novembro 2010
Horário: 16h00 - 19h30


Local: Espaço Surya ( Rua João de Barros lote 1595, r/c, dtº - Quinta do Conde)


Investimento: 20 €


Facilitado por: Vitor Rodrigues

Mínimo participantes: 7
Máximo participantes: 20

Inscrições para:
ou através dos nºs
 96.246.85.83 
 93.527.47.40  
até dia 26 de Novembro




16 de novembro de 2010

Workshop As Leis da Energia

As Leis que regem a Natureza são habitualmente interpretadas sob o ponto de vista material, porque vivemos num mundo formatado para o palpável, o visível e cognitivo. A noção de prosperidade está directamente ligada à riqueza material, mas a Felicidade depende também do Bem-estar, da Tranquilidade e do Amor; estas são características do Espírito. 


Ao estudar as Leis Universais, centrados no auto-conhecimento e evolução pessoal, entendemos que existe uma relação intrínseca entre Matéria e Espírito pois ambos são constituidos da mesma Energia. Todos temos uma parte física e uma parte espiritual que estão profundamente ligadas.


Neste workshop pretendemos fazer uma apresentação muito generalizada de algumas das Leis Universais, levando-vos a entender de que forma são possíveis de aplicar no dia-a-dia. Assim, cada um poderá fazer a sua própria análise e pensar sobre o tema, adaptando-as ao seu caminho de evolução.


Data: Sábado 20 Novembro 2010
Horário: 16h00 - 19h00


Local: Surya


Investimento: 10 €


Facilitado por: Angela Santos

Mínimo participantes: 7
Máximo participantes: 15

Aguardamos o vosso email de inscrição até dia 19 Novembro


Luz, Paz e Harmonia

15 de novembro de 2010

A realidade do real

Vou folheando as páginas de vários livros ao mesmo tempo, às vezes por necessidade de informação, outras vezes somente porque me apetece. Mas tenho sempre a sensação que ao reler a informação é nova, pensava que era devido à minha própria evolução, a uma percepção diferente das coisas, sei lá , essas coisas eruditas que não sei explicar. Tenho a sensação que por vezes até já li aquelas páginas várias vezes e no final a informação é sempre diferente. (chego a ficar na duvida se sei mesmo ler… ou pelo menos compreender o que leio..).
Assim mais uma vez deitado, folheando um pequeno livro , adormeci. Dei comigo num sitio que parecia uma central de comunicações, Olhei à volta e vi muitas pessoas atarefadas em frente a consolas a escrever, outras a falar para o que parecia rádios. Eram imensos e todos completamente embrenhados no que faziam, sem sequer prestarem atenção ao que o vizinho fazia, ou mesmo ao que se passava à sua volta. Mas acima de tudo o que me deixou completamente espantado era a calma, a serenidade que cada um deixava transparecer e o silêncio que ali reinava.
Aproximei-me de um posto, ao acaso, e reparei que as informações chegavam a um púlpito e logo de seguida eram feitas ligações (não percebi como mas também não bem a minha área) e parecia aparecer umas imagens, mais um género de filme, em frente ao emissor…
Ainda mais espantado fiquei quando verifiquei que era a minha pessoa que estava do outro lado do ecrã. Vi-me a caminhar pela minha casa, a sentar-me no sofá com um livro na mão, mas parecia que as paginas estavam em branco!!! e após um olhar interrogativo em direcção ao ser que se encontrava à minha frente, verifiquei que, em milésimos de segundos, ele lera, suponho umas instruções e de seguida digitou algo, fazendo-o  aparecer no meu livro…
Fiquei atónito, seria aquilo possível? Seria possível eu comprar livros, em branco, pensando ter comprado uma história e finalmente, a história ser escrita com o livro já na minha posse…? O que era verdade ? o que era sonho?  o que era mentira?...
“ ..existe fronteiras bem mais finas do que pensamos entre o mundo dos sonhos e a realidade, o que faz por vezes abanar a vossas dita certezas. Por vezes o que vêem não é o que está a vossa frente e por vezes o que está à vossa frente não é o que vêem, mas isso não faz da vossa vida uma mentira , bem pelo contrario torna-a por demais útil ao prosseguimento do planeta. Por isso termos de nos imiscuir na vossa dita realidade, de forma a fazer chegar informação necessária para a continuação da vossa missão. Alguns de vós estão mais atentos e percebem que a evolução passa por perceber essas diferenças na vida, essas fronteiras entre a realidade e o sonho, outros, tem de ser feito através no mundo dos sonhos directamente, ou mesmo através da alteração de objectos físicos, sem que eles se possam aperceber que tal aconteceu…”
Foi aqui que tentei puxar a mim a “realidade” da memória. De facto quantas vezes isso não me sucedeu, pensar ter lido atentamente algo e ao reler interpretar as coisas de forma tão diferentes, ou então concluir que, aquele parágrafo ou mesmo um capítulo inteiro, de não me lembrar de ter o lido… Será que isso queira somente fazer me entender que não devo duvidar da informação que me chega, mas sim ver como e onde ela se encaixa na minha realidade...?
Um Abraço Luminoso Para Todos

13 de novembro de 2010

Continente

“Nenhum homem é uma ilha isolada; cada homem é uma partícula do continente, uma parte da terra..." John Donne

Ontem veio-me à ideia esta frase magnífica com que o poeta John Donne descreve a Unidade. 

Percebi que literatura mundial está cheia de noções e definições sobre a importância do Ser Total que constitui a Humanidade que pensa, ama, ri, sofre e vibra em uníssono. 

Fez-me pensar... e olhar o mundo à procura da confirmação na prática deste conceito. O que vi foi separação, vaidade, julgamentos, comparações e egos a tentarem impor a outros as suas vontades.

Olhamos o outro e de imediato pensamos: "é mais baixo", "é mais gordo", "é mais fraco", "é mais burro", "está mal vestido". "é feio", "não gosto"... e por aí fora, deixando que a mente de imediato emita julgamentos sobre quem o outro é, estabelecendo como medida de comparação quem pensamos que somos. 

Esta atitude é a fronteira que impomos, a fronteira da dualidade, que estabelece dois campos distintos, Eu e o Outro. Não conseguimos definir sem comparar, mas de que serve definir? 

Não será suficiente aceitar a consciência de que somos todos a mesma energia que vibra e, em corpos físicos separados, age unindo esforços. Cada corpo com as suas características naturais, mais ou menos forte, mas todos válidos e fundamentais. Como o exemplo do exercito de formigas que, unidas, constrói um lugar enorme e perfeito para o bem comum.

Não será suficiente deixar esta consciência entrar no nosso ser, sentir bem fundo de nós. Como quando damos as mãos no Surya e fazemos a energia circular entre todos, com o sentimento perfeito de que aumenta e fica mais forte de cada vez que regressa às nossas mãos, depois de passar pelas outras. 

Somos todos a mesma energia, um só coração, sem ego dominante, apenas unidos pela força do Amor.

Paz e Harmonia para todos

11 de novembro de 2010

O Mar e a Energia

A praia estava à vista, guiei os meus passos em direcção à água (as lições anteriores estavam ainda bem presentes na minha mente), deixei que a água tocasse o meu corpo e fui andando em frente, até sentir temperatura da mesma em todo o meu corpo. Sentei-me, com a água até ao pescoço. De vez em quando mergulhava a cabeça, para sentir o meu corpo estava todo envolto. A pairar sob a água lá estavas tu. Sempre sorrindo, virastes o teu rosto para o horizonte.
“ Se te pedissem para descrever a energia como a descreverias?” puxei o meu ego ao de cima, agarrando-me a todos os ensinamentos que fui adquirindo ao longo dos anos e disse: é fonte de vida e inesgotável (tão espiritual que me sentia ao pronunciar estas palavras)
“ porque será que as pessoas nem sempre pensam isso? Porque será que alguns dizem que a energia desaparece-se-lhes, se ela é inesgotável? Se nos guiarmos pelos conhecimentos que o homem foi desenvolvendo, tudo é limitado, mesmo o que à primeira vista pareça inesgotável. Quando visto de outra perspectiva apercebemo-nos que é esgotável? olha para o mar, à primeira abordagem parece estender-se indefinidamente, contudo , visto do céu, apercebemo-nos dos seus limites… Será que a energia é como um cobertor? Que quando alguém o puxa muito para ele deixa os outros destapados?...”
Sentia curto-circuitos em todo o meu cérebro, sentia que as minhas estruturas, as minhas fundações estavam a ser abanadas no seu mais ínfimo pormenor… Não respondi… Deixastes passar algum tempo, sem tirares os olhos do horizonte onde agora nascia um belo sol.
“ será que a energia é como o mar onde, consoante as marés, vamos tendo mais ou menos água. Onde, consoante a nossa posição, vamos sentindo mais ou menos esses vazios e essas enchentes? Ou será que simplesmente a energia é como agua dentro de uma piscina onde, quanto mais formos, mais o nível sobe com todos e para todos?”
 Deixei agora vaguear o meu olhar pela praia e pela imagem resplandecente que o sol desenhava sobre a água… Não me elucidastes, não me destes a resposta certa… haverá resposta certa? Ou terá, cada um de nós, de encontrar a sua ?... 
Um Abraço Luminoso Para Todos       

Espelho

“ isto é o melhor para todos…” ainda nem tinha a ideia saído completamente da minha mente e já me sentia a desfalecer. Os teus olhos, certeiros e incisivos, penetraram ao mais profundo da meu ser, desmoronando todos os meus castelos de certezas irrefutáveis. Percebi, até que ponto estava dominado pelo meu orgulho, pelo meu obscurantismo, pelo meu ego. O teu olhar demorou-se em mim, pouco tempo é certo, mas de tal forma intenso, que nem precisava de palavras para disjuntar todos os fusíveis do meu cérebro.
“ o melhor? que melhor? para quê? para quem? Melhor do que o quê? Tantas perguntas que arrebataram na minha mente.
Tão prepotente estava a ser ao decidir o que era de facto o melhor. Será que não me apercebi da horrorosa presunção?
Fiquei aterrado pela perspectiva que se deparava, tanta conversa, tantas teorias e, finalmente, aterrava onde sempre negara o acesso aos outros Deixara influenciar o meu pensamento, para influenciar o teu..
Há sentimentos, mesmo não expressos por palavras, que deixam marcas indeléveis que nos trazem de volta à realidade, como baldes de água fria.
O teu olhar foi traço mortal, foi caminho estagnado, foi motivos de vergonha minha. Tantos anos a pregar pela liberdade e agora, em segundos, perdia-me na intransigência, na escolha do que de melhor poderia haver para outros!…
O chão não tinha buracos, as paredes não me podiam engolir, tinha de enfrentar a imensidão do meu mau estar, do meu desconforto, tinha de suportar o meu descuido, o meu abuso, o destronar do meu ego, tão expansivo e agora tão dizimado.
Poderia expressar usando todas as palavras do mundo, todos os idiomas, todos os dialécticos, o mal estava feito, tinha de me remediar, o erro era evidente…e mais uma vez foi o teu olhar que rompeu o meu desespero. Olhastes-me, com um sorriso na face, perdoaste-me, serenamente, colocastes-me de novo no caminho com dois simples olhares e um sorriso..
Um Abraço Luminoso Para Todos

3 de novembro de 2010

Dizer ou Sentir?

Há alturas em que o tempo que passo a dormir é mais cansativo que o tempo que passo acordado. Penso que será dos sonos invertidos ou se calhar por outros motivos… quem sabe? Certo é que nessas alturas os sonos são mais pesados é certo, mas os sonhos são tão mais intensos que a sensação os torna quase reais.

Numa dessas noites estava muito bem sentado na minha praia, bem em comunhão com o mar, calmo (não devia ter nenhum problema para resolver comigo ..), à procura de algo que pudesse ver de diferente, que pudesse atrair a minha atenção. Tão absorto que estava a procurar no horizonte e a grande distância que nem me apercebi do meu pequeno amigo sentado ao pé de mim. Sempre com aquele sorriso que desarma qualquer receio , qualquer surpresa, começou:



“ As vezes procuramos ao longe o que sempre esteve à nossa beira. Desbravamos mundos, renegamos as nossas origens em prol de sonhos que nem imagens alguma vez foram. Por vezes fazemos coisas em nome de teorias que, de válidas nada têm para nós , mas porque alguém nos as disse, as assumimos como inabaláveis…” calou-se e fixou o horizonte. Percebi que estava à espera que tudo o que dissera formasse algum tipo de reacção dentro de mim, por isso deixei que as palavras fizessem o seu efeito.



Quando estava prestes a ganhar coragem para contrapor, ele recomeçou



“ Se queremos conhecer um alimento teremos de o provar, teremos de perceber qual o sabor que ele tem, qual o efeito que ele tem ao circular pelo nosso organismo, como pode ser cozinhado e para alguns até cozinha-lo. Não vamos aceitar que algo é bom só porque alguém nos o disse , sem provar, ficaríamos, no mínimo, com água na boca ou uma imagem sem sabor; incompleta. Com a energia passa-se exactamente o mesmo…” fiquei de boca aberta à espera de mais, mas calou-se. Pousou as suas mãos no meu ombro e senti como um furacão energético a circular dentro de mim. Senti como se tivesse sido arrancado do chão e flutuando, estivesse banhado por uma imensidão de bem estar e de amor incondicional. Como se todo os objectivos da minha vida se resumisse àquilo; sentir amor em cada momento, em cada aspiração, em cada olhar… senti me tão…tão …que nem o sei descrever mas que senti, senti.



Olhou para mim e sempre sorrindo, disse” Isso foi a energia no seu pleno poder, na sua forma mais intensa, mais pura. Agora existem várias formas de lá chegar, terás de encontrar a tua forma de a fazer chegar aos outros e a tua forma de lhes fazer perceber que sentir essa energia é uma coisa maravilhosa, mas conhecê-la controlá-la é de facto um bem ainda mais precioso porque assim podemos passá-la e isso sim é uma bênção. Ou então podes simplesmente fazer das minhas palavras tuas e resumires-te a dizer que é maravilhoso, porque já experimentastes e quando te perguntarem como se pode chegar a essa sensação tão maravilhosa, poderás sempre encolher os ombros e dizer… não sei, foi durante um sonho ”



Um Abraço Luminoso Para Todos

A praia

Muitas vezes durante o sono, viajo até uma praia. Nessa praia, como quase sempre sento-me junto ao mar e vou observando o movimento das ondas. Simplesmente deixo me levar pelo ritmo das marés. Até esta noite era a única recordação que me ficava; o sentimento de calma e relaxamento que a água provocava em mim, como se a ondulação servisse para repor os meus défices energéticos.
Por vezes, feito erudito e entendido numa matéria, que me transcende, tentava encontrar explicações ao que se teria passado, qual o objectivo desses sonhos... em vão.
Estou calmo e sereno era a única e invariável conclusão a que chegava, bem podia ir pela ideia que a água são sentimentos e o seu normal movimento reequilibra os meus, ou que a água representa a limpeza energética que todo o corpo físico ou energético precisa dela para se recompor; a conclusão era invariavelmente a mesma: não me recordava de mais nada que não fosse o sentimento de paz interior que tal situação provocava em mim.
Hoje porém foi diferente...
Sentei-me à borda da água, como sempre, a olhar o horizonte, sem ponto fixo, sem objectivo algum, somente sentindo o movimento das ondas. De repente pareceu me que a ondulação aumentou e senti um certo receio em ficar naquele local, como se as ondas me pudessem de algum modo atingir e quem sabe derrubar ou mesmo engolir.
Perdido na minha aflição não me apercebi de uma pequena mão que me segurava a camisola. Ao deparar-me com o seu proprietário, senti me como repleto de confiança e estagnei, nada parecia mais ter importância que não fosse o olhar e o sorriso apaziguador que me fixava.
fez um gesto para nos sentar-mos e assim fiz. Do canto do olho espreitei ainda as ondas e vi que tudo estava de novo na ordem.
"O Mar representa os nossos sentimentos e também o nosso contacto com a energia, começou ele por dizer. Por vezes vimo-lo como nosso aliado, nosso amigo e por outras assusta-nos tal é a sua força destruidora, o seu domínio sobre a nossa capacidade de lhe opormos qualquer tipo de resistência. 
Com a energia é exactamente igual, todos nós a aceitamos como um facto, como algo que vive conjuntamente connosco e vamos nos aproveitando dela a nosso belo prazer. Quando, por algum motivo ela abana, sentimos receio, como se de um bicho papão se tratasse. A energia existe para o nosso bem estar e para nos auxiliar em todos os passos da vida.
Por isso é preciso, alimenta-la, respeitá-la e aprender a conhecê-la, assim não haverá mais razões para sustos, para receios, pra temores. Quando está revolta, se lhe tivermos dado alguma atenção anteriormente, iremos perceber quais as causas de tal tumulto, qual a forma de voltar a pôr tudo no sítio, sem danos, sem caos.
O problema passa pela maneira como lidamos com ela, como a usamos enquanto é boa. No entanto quando cabe a nós dar de nós, do nosso tempo, viramos as costas porque já não nos agrada, deixou de ser amiga e passou a inimiga. Os tumultos fazem parte da evolução, se os percebermos ou lhe dermos atenção não serão tabus, serão somente mudanças, umas mais mexidas do que outras."
Sorri à explicação e fechei os olhos...para os voltar a abrir à realidade. 
Um Abraço Luminoso Para Todos 

31 de outubro de 2010

Banho de Som Surya


tim! tim! tim! tim!
Os címbalos dão a entrada nesta magnífica viagem. As sonoridades vão aumentando, o gongo impõe-se... respiro fundo e abro a porta da alma à vibração do Som. 
É o momento de deixar ir toda a resistência, relaxo o corpo, liberto a enorme tensão do dia, e deixo-me ir nesta viagem do som pelo interior profundo de mim, sem espaço nem tempo, sem corpo nem imagens... 
Sinto uma brisa suave no ar, como um ligeiro adejar de asas e tomo consciência do espaço. Ouço a respiração de alguém que preferiu deixar-se adormecer, outros que se agitam ainda a criar resistência, mas no geral a Paz instalou-se na sala, reflexo do sentimento de cada Ser que comungou com a sua Essência.

Bem hajam queridos amigos!

Por responderem em uníssono a este desafio do Surya, por estarem presentes e nos encherem a alma com o vosso sorriso, e por levarem os vossos amigos.
Sabemos o quanto é magnífica esta terapia, mas de que adiantaria este saber e o esforço grande para a trazer até vós, se não recebêssemos esta maravilhosa validação da vossa parte?
Deixo-vos aqui o registo fotográfico do "depois", para que os que estiveram presentes possam reviver sensações. 
Os que ainda desta vez não ousaram, oxalá consigam sentir nestas fotos a Paz e o Bem-estar que poderiam ter ganho, e firmem convosco a intenção de se permitirem senti-los outro dia.





Paz e Harmonia para todos

29 de outubro de 2010

Sentir

Hoje acordei triste, sentia-me triste apenas isso. Logo o meu lado racional interviu: "trata de te por alegre, pois não existe razão alguma para estares triste". Verdade?!
Pus-me à procura das razões da minha tristeza, entrei dentro do meu coração e pesquisei-o, não encontrei lá uma razão visível para a tristeza. Mas a vozinha séria no ouvido insistia: "para te sentires triste tens de ter uma razão lógica e real. Sentir tristeza só pode ser resultado dum acontecimento real e doloroso: uma perda, um insucesso, um mal-entendido ou desacordo com alguém, ou ... algo assim."
Nada! Não havia cá dentro nada disso. "Estás a endoidecer"- voltou a dizer a tal vozinha - "se te pões a sentir assim tristeza sem mais nem menos, ou então a entrar em depressão... é melhor ires ao psiquiatra, e não contes isto a ninguém, vê lá".  Fiquei ainda mais triste, claro. Será ?! ainda duvidei por segundos...
Não, nada disso! Sinto-me triste para poder entender o que significa sentir-me alegre, ambos são sentimentos, um tão válido como o outro. Porque haveria eu de precisar duma razão para o que sinto? Sentir é assim mesmo, sem lógica aparente. Sentir faz parte dos neurónios cardíacos que têm vibrações bem mais elevadas do que os cerebrais, e que existem para nos centrar no sentir e não no controlar sensações ou sentimentos.
Ainda há dias acordei com náuseas e um cansaço enorme mas com um sentimento de alegria quase tolo. Inexplicável de novo!
Haverá uma razão para o que sinto? E que importa explicar esta tristeza hoje?
Só sei que a sinto e a aceito. E deixo-me ficar a sentir apenas, sem julgar nem racionalizar. Que paz!


Paz  Harmonia para todos