20 de outubro de 2010

Outono dos Apegos

Hoje, para mim, é dia de "São Desapego". Alguns de vós já o sabem, já devem até estar cansados de me ouvir falar na importância de nos "desapegarmos".



Abri o blogger e sentei-me aqui disposta a transmitir-vos isto que me vai na alma há uns tempos. Este tema em que penso frequentemente por sentir a importância de me “desapegar”. De quê? De tudo o que possa preencher o espaço da luz da minha Essência.


Na Primavera fazemos a limpeza anual. Abrimos os armários e despensas e deitamos fora o que já não queremos, para criar espaço para as coisas novas que pensamos que vamos ter. Deixamos ainda muita coisa na “caixa das recordações”, uns mais do que outros é certo, mas no geral todos deixamos: cartões e cartas, flores secas, caixas, caixinhas e sacos; uma roupa que já não serve mas de que gostamos muito ou foi muito cara; um pechisbeque que nunca usamos mas foi “aquela pessoa” que nos deu; utensílios que nunca foram necessários durante anos mas temos “medo” de vir a precisar… Ou seja, Apegos!



Da mesma forma, enchemos os nossos armários energéticos com “apegos”, ideias e sentimentos moribundos ou já mortos, que não têm sentido mas que teimamos em guardar, porque acreditamos depender deles. Apegamo-nos ao que fomos sentindo ou sentimos ainda: raiva, despeito, ciúme, tristeza, deceção, dor, doença, paixões, amores, insegurança, solidão, vazio...; à esperança de mudar os outros; à ideia da perfeição de vida que julgamos ter criado e estar certa, mas que afinal nunca resultou nem nos trouxe a Felicidade.


Resistimos a tudo o que não se coaduna com as instruções do Ego, sem perceber que o desconforto interior e os problemas à nossa volta foram criados por nós. São apenas a consequência dessa nossa resistência.


Deitar fora e promover a mudança assusta, porque é perder o controlo e abrir espaço ao desconhecido, mas é tão-somente fazer o mesmo que com facilidade fazemos nos armários de casa. Desta vez mais criteriosamente, indo mais fundo na limpeza dos apegos e recordações, porque a luz da nossa verdadeira essência é enorme e precisa de todo o espaço disponível para se manifestar.

É no Outono que a natureza se prepara para a renovação, basta olhar as árvores a libertarem-se das folhas gastas pelo Verão. Se seguirmos o exemplo da natureza, pois somos feitos da mesma energia, é no Outono que a limpeza se impõe naturalmente.

E estamos no Outono, amigos!


Paz e Harmonia para todos