10 de junho de 2010

Divagação I

Há dias em que de facto temos a sensação que as palavras nos chegam com a força de um tornado, com todo o sentido e todo o oportuno. Hoje estava mais metido comigo a pensar para com os meus botões, sentado à mesa de uma esplanada a curtir uns tristes raios de sol, quando, vindo do nada ou talvez não, um senhor sentou-se na mesa junto à minha.
Não lhe dei grande importância, (os meus amigos dirão que se tivesse sido uma donzela, tal não teria sucedido, enfim...) o que interessa é que o homem sentou-se e deve ter passado algum tempo até eu me aperceber da realidade, porque já ele estava de saída quando me disse, com um sorriso que lhe iluminava a face; " Perdemos mais tempo a pensar em algo que não fizemos, do que naquilo que podemos fazer".
Fiquei bastante espantado com a frase, mas nem isso o deixou preocupado, porque seguiu à sua vida, sem eu ter realmente tempo para dizer fosse o que fosse.
No entanto a frase bateu-me e comecei de facto a matutar naquilo que o homem me dissera.
De facto no fundo até é verdade, passamos mais tempo a reavivar a memória e a conjecturar o futuro do que a viver o presente...
O passado aconteceu e teve a sua importância... no passado. Pode servir-nos de exemplo ou de aviso, mas não deve obcecar-nos. Deve servir-nos de trampolim para o presente, mas nunca como porto de amarragem.
Tal se adequa tambem ao futuro.
O que eu interpretei é de facto que as experiências do passado, sejam elas boas ou más, são o que são: experiências. Elas devem servir como meio de comparação, porque quando passam a ser a base da nossa forma de estar ou de ser, perdemos por completo o contacto com a realidade, com a possibilidade de evoluir.
O passado faz parte da nossa herança, mas não deve ser a nossa herança. A nossa herança deve ser construida de várias experiências, de vários pequenos passados, que vamos adquirindo ao longo de toda a nossa vida.
Tal como o futuro, este deve ser um objectivo mas não o objectivo. Deve ser uma meta, mas não uma desculpa.
Quando vivemos fechados no passado ou a ansiar o futuro, perdemos as oportunidades, que se nos deparam no presente. É no presente que se constrói o passado e é no presente que irá alicerçar-se o futuro.
O certo é que estivesse a deixa do senhor certa ou não, naqueles instantes a minha mente divagou e esqueci por completo o porquê de estar metido comigo, perdido em raciocínios, ou mesmo qual era o tema tão importante que tão absorto me deixara....
Um Abraço Luminoso Para Todos